Frases

José Celso Martinez Corrêa

Com PADILHA, sempre quis e ELA também, trabalhar junto. Foi minha primeira Paixão de Artista quando voltei do EXÍLIO nos anos 80!

Amir Haddad: "...Maria sustenta a mística da paixão pelo oficio..."

Maria pertence a esta classe de atrizes, de que é rico o teatro brasileiro, que vão além da vaidade de se bem – exibirem em cena e se transformam elas mesmas no teatro que produzem. Nosso teatro deve muito a estas mulheres maravilhosas, mães de todos filhos, matrizes de todas as formas e geradoras de tantos conteúdos!

Os melhores momentos de nosso repertório são gerados por elas, e dentre elas Maria Padilha se destaca pela coragem, ambição, talento e paixão pelo ofício. Produziu Shakespeare, Brecht e Vianinha. Nunca vendeu suas qualidades às veleidades do mercado. Como suas companheiras produtoras e atrizes, ela sustenta a mística da paixão pelo oficio e queima sua alma inquieta em ritos de adoração a Dionísio, o Deus de todos nós. Evoé, Maria.

Daniel Dantas: "Maria é a anti-loura: inteligente, de fino humor, informada..."

Maria é, afinal, a anti-loura: inteligente, de fino humor, informada. É sensível a ponto de não permitir que isso contamine as personagens mais do que elas suportam. Cada uma dessas qualidades, por si só, é rara. Todas juntas…”

Glória Pires

Maria tem um estilo só dela: é convencional no feitio e ousada na forma, e seus projetos teatrais são bem o reflexo disso. Desde o texto que vai ser apresentado  até o programa da peça, há uma preocupação em trazer o novo e a qualidade para o público.

Além disso, é dona de um inteligente senso de humor, que transforma qualquer acontecimento banal em comédia, sendo comentado anos e anos depois.

E, pra terminar, é uma fiel amiga, que adoro!

Gringo Cardia / Greg Vanderlans

Maria Padilha é uma destas amigas especiais que eu tenho e que admiro como atriz, como empreendedora, produtora e companheira de viagens insólitas pelo mundo.

Maria tem uma vivacidade incrível e está atenta a tudo, o tempo todo. Ela é uma pessoa agregadora que sempre junta outros artistas nos mais diferentes projetos.

A mais incrível destas empreitadas, para mim, foi a encenação de uma leitura de Antônio e Cleópatra de Shakespeare ao ar livre no meio de uma zona de conflito entre as favelas de Parada de Lucas e Vigário Geral. Foi incrível, pois vimos, mais uma vez, que a arte pode ajudar a mudar o mundo e a violência, através da sensibilidade.

A Maria é uma destas pessoas que acreditam e vivem para isso.

Hélio Eichbauer

Longas conversas pontuam nossa amizade, entusiasmo e senso crítico. E quantas exposições às feras! De Veneza, montamos ‘O Mercador de Veneza’ de Shakespeare, cercados de amigos que insistem no trabalho pela cultura, num país tão complexo, prodigioso e desatinado como o Brasil. Teatro, cinema e televisão fazem de Maria uma atriz e produtora das mais luminosas. Na vida, aprendemos a temperar com humor e compaixão a tragédia social do cotidiano; o binômio “amor-humor” de Maiakovski.

Maria, sua bela figura, um tanto pré-rafaelita, evoca-me o poema de Byron (Childe Harold, canto IV ): …thou who hast the fatal gift of beauty...’

Louise Cardoso (atriz)

Maria teve a capacidade de manter sempre o mesmo amor e dedicação ao teatro, dando às suas produções o melhor de si, consagrando-se como protagonista talentosa e excelente produtora.

Ney Latorraca (ator)

Eu amo Maria. Conheço Mary Pad desde sua estréia na peça A Menina e o Vento (1979) com Miguel Falabella e direção de Marília Pêra.

Trabalhamos juntos em televisão, teatro e cinema. Em sua gestão como diretora artística do Teatro Glória, foi coprodutora do meu monólogo 3 X Teatro, direção de Édi Botelho, reformou o camarim do teatro e batizou o espaço com o meu nome, colocando fotos ampliadas de minhas peças mais importantes. Também organizou um ciclo de leitura de peças, produziu shows e espetáculos teatrais. Maria Padilha não faz parte da atual gentalha descartável e momentânea. Ela é eterna.

O nível de Maria Padilha é outro. Nós, mortais, brincamos na infância com um pinico na mão. Ela aparece na foto de criança num deque, segurando uma lagosta, em Angra. É filha do saudoso Dr. Antar Padilha e eu sou irmão dela.

Paul Heritage (professor e diretor)

A primeira vez que vi Maria Padilha, ela passava por uma mesa de sinuca. Foi num teatro, claro, quando ela encenava a montagem de Gabriel Vilela da peça A Falecida, de Nelson Rodrigues, no Rio de Janeiro, em 1994. Depois dessa ocasião, eu a vi em muitos outros palcos, mas é aquela visão encantadora e misteriosa que me volta à mente quando penso nela agora.

Foi ela que uma noite, ao telefone, me deu a pior notícia que eu podia receber. E ela fez isso com coragem e compaixão infinitas. Ela demonstrou o mesmo amor destemido quando viveu Cleópatra em 2004, numa montagem de Shakespeare numa área conflagrada no Rio de Janeiro, entre Vigário Geral e Parada de Lucas. Ela quebra as regras e o faz de formas diversas, como a rainha egípcia de Shakespeare.

Quem mais reuniria os amigos do teatro e da tevê e convidaria Adriana Calcanhotto e o Afroreggae para apresentar uma tragédia shakespeariana numa área como aquela? E quem mais no mundo do teatro brasileiro pode dizer que conseguiu um cessar fogo de 17 dias numa região que vivia em meio a mortes e tiroteios por 21 anos?

Claro, ela é impossível, como o melhor dos amigos. Ela colecionou os meus piores erros de português e é capaz de imitar perfeitamente o meu sotaque. Mas quem não ficaria orgulhoso e cheio de si por ser alvo das brincadeiras de alguém tão inteligente, tão graciosa e tão linda? Ela me mostrou que, acima de tudo, o teatro é feito de vida e a vida do teatro depende da vitalidade e do trabalho de mulheres como Maria Padilha.

Maria por Maria: "...eu preciso do teatro porque nos palcos tudo é possível..."

Resolvi fazer teatro porque eu tinha vários sonhos na vida, queria ser pianista, cantar e pintar, queria tudo; então, o único lugar onde poderia ter tudo junto era o teatro. Eu preciso do teatro porque nos palcos tudo é possível.

(em depoimento a Simon Khoury em livro da série Teatro Brasileiro – Ed. Letras&Expressões)

Maria por Maria: "...Às vezes o fracasso é mais útil do que o sucesso..."

Às vezes o fracasso nos ensina e é mais útil do que o sucesso; pelo menos aprendo que o caminho não era aquele.

(em depoimento a Simon Khoury em livro da série Teatro Brasileiro – Ed. Letras&Expressões)